Como a tecnologia pode ajudar a salvar vidas em tempos de coronavírus

Como a tecnologia pode ajudar a salvar vidas em tempos de coronavírus
Photo by CDC / Unsplash

Em meio ao caos vivenciado no mundo todo atualmente, é inevitável que surjam muitas dúvidas sobre como vai ser esse período, acredito que para as pessoas comuns, o maior ato de heroísmo é ficar em casa e respeitar o isolamento social. Mas ficar de quarentena não significa ficar de braços cruzados, é possível dar sua contribuição de muitas formas.

Se você tem uma placa de vídeo Geforce da Nvidia pode doar um pouco do poder computacional de sua GPU por meio do aplicativo Folding at Home, um sistema descentralizado que desenvolve modelos de estudos relacionados à pandemia. A criação de tais modelos exige grandes quantidades de energia elétrica e processamento, portanto qualquer aumento no volume de processamento de pacotes ajudará a diminuir o tempo necessário para encontrar uma solução.

Caso haja interesse em contribuir, basta fazer o download do aplicativo para desktop em https://foldingathome.org/start-folding:

Interface de monitoramento do aplicativo Folding at Home

Muitas organizações estão ativamente procurando formas de contribuir no combate ao vírus, por meio de doações,  convertendo fábricas para produzir insumos, auxílio em logística ou cedendo profissionais com conhecimento para otimizar processos.  

Em momentos como esse, é muito comum procurar novas aplicações para coisas que de inicio não parecem estar relacionadas. Se você já estudou um pouco sobre estrutura de dados provavelmente já tem alguma familiaridade com o algoritmo de busca binária, mas se este não é seu caso vou dar uma breve explicação.

Segundo a wikipédia:

A pesquisa ou busca binária (em inglês binary search algorithm ou binary chop) é um algoritmo de busca em vetores que segue o paradigma de divisão e conquista. Ela parte do pressuposto de que o vetor está ordenado e realiza sucessivas divisões do espaço de busca comparando o elemento buscado (chave) com o elemento no meio do vetor. Se o elemento do meio do vetor for a chave, a busca termina com sucesso. Caso contrário, se o elemento do meio vier antes do elemento buscado, então a busca continua na metade posterior do vetor. E finalmente, se o elemento do meio vier depois da chave, a busca continua na metade anterior do vetor.

E o que isso tem a ver com a situação de calamidade que vivemos? Este algoritmo fundamental para a ciência da computação foi implementado de forma simples e eficaz para otimizar os testes rápidos em casos suspeitos do vírus. O processo consiste em separar amostras de 16 pacientes e testar todos de uma só vez, como existe uma boa chance de todos os casos serem negativos é possível obter 16 resultados utilizando apenas um teste.

Caso o resultado do teste não seja negativo, ele será repetido com amostras dos mesmos pacientes, mas agora em dois grupos de oito, e assim sucessivamente com grupos de quatro, dois e um, até que os casos que acusam positivo para a COVID-19 sejam isolados. Na melhor das hipóteses onde há apenas um infectado (com exceção do caso onde não há infectados, obviamente), a quantidade de testes utilizados ainda será no máximo cinco.

Aparentemente a prática ainda está em fase de testes, mas dada a atual escassez de materiais necessários para a realização dos testes, a economia é muito bem vinda, pois há potencial para salvar vidas já que quanto mais pessoas forem testadas, e quanto mais cedo forem tomadas providências, mais realistas serão os dados disponíveis para estudos, tornando possível que os governos tomem decisões mais assertivas e aumentando a eficácia da mitigação dos efeitos da pandemia.

Tecnologias open source também estão sendo largamente utilizadas, como é o caso dos respiradores e das válvulas para as bombas de oxigênio que estão sendo produzidas por impressoras 3D, pois um problema tão sério exige respostas rápidas.

É claro que peças produzidas por impressoras 3D não são fabricadas com a intenção de substituir permanentemente as peças originais, pois estas normalmente são mais robustas, mas em momentos de urgência não há tempo a perder.